Um novo perfil

Que a legislação ambiental brasileira é das mais bem pensadas, todos ouvimos falar em todo canto, porém, essa frase geralmente vem precedida por um “Apesar da legislação...”. Como muitos falam diariamente sobre isso, esse meu desabafo soa extremamente lugar comum, e com certeza é. Me espanta ver vários países implementando políticas internas de gestão eficaz de resíduos, recursos naturais, com altas exigências de adequação ambiental para as empresas,etc etc, e o nosso Brasil baronil de exuberâncias mil, continuar não querendo pensar em integrar as questões ambientais em todas suas vertentes de planejamento.
Quando falo isso, não se trata só do papel dos orgãos ambientais, que tem por obrigação de defender as questões ambientais, mas de todas as vertentes desenvolvimentistas se abrirem para pensar nisso também. Aliás, as pessoas que tem discurso mais maduro sobre como devemos lidar com a problemática ambiental, geralmente são pessoas que não tem o exagerado envolvimento com os movimentos ambientalistas. São pessoas que foram sensibilizadas pela importância de conservação dos processos ecológicos e a partir daí, dentro de sua área de atuação, desenvolveram uma reflexão prática de como se adequar para garantir qualidade de vida para a sociedade.
Geralmente nós vemos essa iniciativa em instituições privadas, ou por necessidade de adequação às exigências de mercado, ou por algum rico que resolveu começar a se preocupar com os outros. Já o setor público, brasileiro em específico, infelizmente não tem priorizado essa readequação de valores basais e o que vemos é uma briga ferrenha de duas vertentes que se opõe de forma vergonhosa. De um lado os radicais desenvolvimentistas, tramando com toda sua fonte inesgotável de recursos o próximo golpe de estado para aprovar coisas absurdas (a la o novo código florestal), e do outro os ambientalistas com um discurso desatualizado e enferrujado que não sensibiliza mais ninguém além de calouros de cursos universitários da área ambiental.
É fundamental que se forme um novo perfil de gestor/empreendedor que não veja o ambiente como um grande entrave, sim como uma problemática ainda muito mal abordada e que gerará bons frutos para os que resolverem encara-la. E o melhor é que esses bons frutos, além de gerarem muito dinheiro para seus pensadores, também serão compartilhados por toda sociedade sob a forma de melhorias na qualidade de vida.
 
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